Choque no cérebro amplia aptidão matemática

Choque no cérebro amplia aptidão matemática

Um pequeno estímulo elétrico no cérebro é capaz de melhorar as habilidades matemáticas das pessoas por até seis meses sem afetar outras habilidades cognitivas.

Antes de sair colocando o cabelo na tomada, no entanto, saiba que a conclusão acima é resultados de um trabalho de pesquisadores da Universidade de Oxford que utilizaram eletrodos, e não fios desencapados, para os testes.

Segundo a equipe liderada pelo Dr. Roi Cohen Kadosh, os estímulos elétricos não vão tornar seu cérebro como o de Albert Einstein, mas a técnica poderia ajudar as pessoas a lidarem melhor com matemática.

As descobertas podem levar a tratamentos para até 20% da população que, estima-se, tenha falta de habilidade moderada ou severa com números e também para aqueles que agora enfrentam problemas como resultado de um derrame ou doença degenerativa.

Testando, 1, 2, 3

A equipe liderada pelo Dr. Kadosh já havia descoberto que era possível temporariamente induzir pessoas a terem problemas com números por meio de outro tipo de estimulo cerebral. Dessa vez, eles desejavam saber se o contrário também era possível.

Os pesquisadores usaram um método de estímulo cerebral conhecido como TDCS (transcranial direct current stimulation), uma técnica não invasiva na qual uma corrente bem fraca é aplicada ao cérebro constantemente ao longo do tempo para aumentar ou reduzir as atividades dos neurônios.

No estudo, o TDCS foi aplicado especificamente no lobo parietal, uma porção do cérebro que é crucial para a compreensão numérica. Os 15 participantes voluntários do estudo eram todos destros, entre 20 e 22 anos, estudantes universitários e possuíam habilidades matemáticas normais (determinadas por meio de testes).

Os participantes tiveram que aprender uma série de “números artificiais” –  símbolos que eles nunca haviam visto e que representavam números – enquanto recebiam o estímulo não invasivo. Os pesquisadores então testaram as habilidades dos voluntários de automaticamente processar a relação dos “Números artificiais” um com o outro e ordená-los corretamente.

Cada voluntário foi submetido a seis sessões de testes com duração de 120 minutos cada; esse tempo incluía que incluía a colocação do eletrodo, a fase de aprendizado dos “números artificiais” e a fase de testes. As sessões duraram sete dias; cada pessoa foi a uma seção por dia e, após quatro dias, havia um de intervalo.

A primeira parte do testes consistia apenas da tarefa de aprendizado. A cada vez, dois símbolos apareciam na tela do computador, um do lado esquerdo e outro do lado direito. Os voluntários deveriam então escolher qual deles dois representava uma magnitude maior, apertando as teclas P e Q do teclado. Eles deveriam responder o mais rápido possível e, após cada etapa, um feedback de erros e acertos era dado. Cada sessão de aprendizado incluía 1584 telas, divididas em 11 blocos.

As sessões seguintes incluíam outras tarefas. Em uma delas, pares de dígitos artificiais apareciam na tela da mesma forma que na tarefa de aprendizado, mas os símbolos tinham tamanhos diferentes. As pessoas deveriam escolher o número fisicamente maior. Em outra tarefa, eles mapearam os símbolos em uma linha horizontal. Aqueles simbolizando 1 e 9 já estavam colocados à direita e à esquerda da linha, respectivamente. Os voluntários deveriam então colocaram os números que faltavam, em ordem, de acordo com sua magnitude.

Os resultados mostraram um aumento na habilidades de aprender novos números, e essa melhoria durou seis meses após as sessões com TDCS.

Agora que sabem que o tratamento pode melhorar o processamento numérico em pessoas com habilidades matemáticas normais, os pesquisadores pretendem testá-lo em indivíduos com diversos problemas mais graves.

Os resultados foram publicados na Current Biology.

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E você aceitaria levar uns choques para melhorar seu desempemho?

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