EUA não têm vestibular, mas testes contam na seleção

EUA não têm vestibular, mas testes contam na seleção

Alunos de graduação precisam fazer o SAT, que serviu de inspiração ao novo Enem; pós exige GRE ou GMAT

NOVA YORK - As universidades americanas não têm vestibular. Assim, muitos brasileiros que querem estudar nos Estados Unidos imaginam que, para serem aceitos na graduação, mestrado ou doutorado, basta juntar cartas de recomendação, pedir o histórico escolar, pagar a tradução juramentada e fazer o Toefl, teste para avaliar o nível de proficiência no inglês. O fato é que, além de todos estes documentos, o candidato precisa fazer uma prova.

Assim como no Brasil, há cursos preparatórios para ajudar os candidatos. Na graduação, eles precisam fazer o Scholastic Aptitude Test (SAT), exame que tem questões de matemática, leitura crítica e redações. Cada parte do teste vale 800 pontos. Mais de 2 milhões de estudantes prestam o SAT por ano e podem escolher entre as várias datas determinadas pelo College Board, entidade que administra o exame.

Na parte escrita, além das redações, há questões em que é preciso melhorar parágrafos e corrigir sentenças. Elas têm graus variados de dificuldade e são misturadas. O candidato pode começar com matemática, pular para leitura crítica, fazer uma redação e voltar para a matemática.

O SAT serviu de inspiração para o novo Enem. O exame brasileiro vai usar, como o americano, a Teoria da Resposta ao Item (TRI), modelo matemático em que as questões são pré-testadas para determinar seu peso na pontuação. Tanto que, no SAT, algumas questões não valem para o resultado final. O College Board as coloca no exame apenas para o pré-teste.

Para ingressar na pós, os alunos precisam ter a nota do Graduate Record Examination (GRE) ou do Graduate Management Admission Test (GMAT). O segundo exame é usado mais para MBAs, enquanto as universidades exigem o primeiro para mestrados e doutorados. Os dois são divididos da mesma forma. As partes verbal e quantitativa valem, cada uma, 800 pontos. A pontuação das redações analíticas varia de 0 a 6.

O GRE e o GMAT podem ser feitos no computador. As questões têm graus de dificuldade que variam segundo a capacidade do candidato. Se ele erra, a seguinte será mais fácil. Caso acerte, vai para uma mais difícil. Assim, o Educational Testing Service (ETS), entidade responsável pela prova, consegue definir o nível exato do aluno e ampliar a capacidade de seleção.

Este repórter fez o GRE. Como grande parte dos brasileiros, achei as questões da parte verbal mais difíceis, principalmente as de vocabulário e as analogias. A matemática não costuma ser complicada e os brasileiros não sofrem a desvantagem de itens que envolvem linguagem.

Nas applications, formulários de inscrição extensos que devem ser preenchidos pelos candidatos, as universidades afirmam que essas provas não são eliminatórias nem classificatórias. Segundo sites de diversos cursos de mestrado ou doutorado, são apenas mais um dos vários itens da application. O histórico escolar e as cartas de recomendação também contam muito, dizem.

Para saber se funciona assim mesmo, o Estadão.edu conversou com um membro do escritório de admissão da Universidade Columbia, que pediu para não ser identificado. No caso dos estrangeiros, segundo ele, as universidades levam em conta as dificuldades. "Para ser aceito no doutorado de Ciências Humanas, um aluno precisa ter, no mínimo, 700 no verbal e 5 na analítica", diz. "Para os estrangeiros, uma nota 600 e um 4,5 não necessariamente elimina as chances."

Já os candidatos americanos aos cursos de Ciências Exatas precisam praticamente acertar toda a parte objetiva. O representante admitiu que muitas vezes um aluno com notas baixas no GRE não terá o restante da application lida.

 

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